Considerações Sobre o Orgasmo Feminino
Sobre o ponto de vista biológico, o orgasmo é, sobretudo um processo de
resolução miotônica. É por meio dela que o indivíduo resolve as tensões
psicofísicas a que está sendo submetido (CAVALCANTI, 2006).
Embora o orgasmo seja uma experiência única, pode ser dividido em três
componentes:
·
Perceptual: psicológico e subjetivo (emoção
prazerosa).
·
Fisiológico: objetivo, reflexo orgânico.
·
Sociocultural: visto sob as normas e padrões das
culturas de um povo.
Do ponto de vista subjetivo, o orgasmo é percebido como uma sensação
profundamente agradável, de intensidade variável, dependendo da relação
funcional entre o estímulo e o organismo: de um lado a qualidade do estímulo,
de outro o momento existencial e todo um passado de vivências individuais
(CAVALCANTI, 2006).
Cada mulher tem o seu orgasmo, pois na verdade, ele é a sensação
resultante da interpretação sensorial do estímulo, à referência de cada um.
Além disso, cada orgasmo é qualitativa e quantitativamente único (COSTELA,
2007).
Mesmo sendo uma sensação subjetiva, é possível distinguir três fases
perceptivas. Inicialmente há em maior ou menor intensidade, uma sensação de
suspensão ou interrupção momentânea da acuidade sensorial, a seguir há uma
percepção de um calor agradável, que se inicia na área do clitóris e da vagina,
invade a pelve e se espraia por todo o corpo, e por último há a percepção das
contrações musculares da vagina, referida por algumas mulheres como sensação de
latejamento (VENTEGODT, 2006).
O orgasmo é uma experiência psicofísica de curta duração, de 3 a 10
segundos, alcançado geralmente após 10 a 20 minutos da penetração
Na mulher a masturbação parece produzir orgasmos mais intensos que
durante o coito (MESTON, 2004).
Embora a sensação orgásmica possa ser despertada em várias áreas
corporais, não existe supremacia sensorial, em relação ao orgasmo vaginal sobre
o clitoriano ou vice-versa. A maioria das mulheres prefere que se estimule o
clitóris (MESTON, 2004).
Pesquisas sobre a fisiologia da resposta sexual feminina demonstram que
os orgasmos causados pela estimulação do clitóris e aqueles causados pela
estimulação vaginal, são fisiologicamente idênticos (KAPLAN, 2007).
A capacidade orgásmica feminina parece aumentar com o passar dos anos,
atingindo seu pico na terceira década de vida (ABDO, 2001).
O “PONTO G” seria uma região
localizada no terço inferior da parede anterior da vagina, que quando
estimulado, responderia por um orgasmo vaginal de melhor qualidade e maior intensidade,
com ejaculação, secreção fluida liberada pela uretra, devido a resquícios de
tecido prostático (BANCROFT, 1989, grifo nosso). Foi descrito em 1980 por
Grafenburg, e sua existência é discutível.
As mulheres são potencialmente pluriorgásmicas, podendo experimentar de
5 a 20 episódios orgásmicos repetidos,
fato que não se torna obrigatório a todo ato sexual. A multiplicidade orgásmica
é mais freqüente na masturbação (POMBA, 2000).
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