Anorgasmia Feminina
De acordo com Cavalcanti (2006, p.252), “é provável
que, de todas as disfunções sexuais femininas, a anorgasmia deixe marcas mais
sensíveis na mulher: no corpo, a dor pélvica surda e persistente; na alma, a
destruição do autoconceito”.
A mulher anorgásmica tende a se sentir diminuída,
inferiorizada, humilhada e incompetente (CAVALCANTI, 2006).
A queixa feminina mais freqüente, na esfera sexual,
traduz-se na falta de prazer, que pode significar um comprometimento de todo o
ciclo de resposta sexual fisiológico, ou puramente a fase orgásmica (KAPLAN, 2007).
Mulheres que conseguem alcançar o orgasmo através
da masturbação, não são, necessariamente, categorizadas como anorgásmicas
(KAPLAN, 2007)
Na mulher, o bloqueio do orgasmo constitui a
disfunção sexual mais freqüente, e comum em todas as regiões do mundo, podendo
variar de 18 a 41% de prevalência (LAUMANN et
al., 2005). No Brasil, um estudo populacional, mostrou 26,2% desta
disfunção (ABDO, 2004).
Podemos classificar as anorgasmias, segundo os
critérios cronológicos e fenomenológicos.
De acordo com a cronologia elas podem ser primárias
e secundárias. É primária aquela em que a mulher nunca experimentou o clímax
sexual, ou o orgasmo propriamente dito. E secundária , quando a mulher era
anteriormente orgásmica, e que a partir de certo tempo passou a bloquear o
orgasmo (CAVALCANTI, 2006).
De acordo com o critério fenomenológico, temos a
anorgasmia situacional, eletiva, relativa ou circunstancial, que depende do
parceiro ou da circunstância, e a anorgasmia absoluta ou total, em que a mulher
nunca sente orgasmo, independente do tipo ou da qualidade do estímulo
(CAVALCANTI, 2006).
Em relação a anorgasmia, podemos dizer que as
causas psicológicas são os determinantes mais freqüentes, contudo os fatores
orgânicos devem ser afastados(ABDO, 2001).
Pouco freqüentes são as causas orgânicas
responsabilizadas pelo bloqueio do reflexo orgásmico.
Alterações neurológicas graves, seja por doenças do
sistema nervoso central, lesões medulares, ou dos nervos periféricos que
participam do reflexo orgásmico, podem determinar esse bloqueio, que também
pode ocorrer pelo abuso de álcool, ou drogas psicoativas (CAVALCANTI, 2006).
Em geral, a inibição do orgasmo é resultado de
estímulo inadequado das zonas erógenas, em especial, o clitóris (ABDO, 2000).
As causas psicológicas são os determinantes mais
freqüentes. Há um amplo espectro de variáveis psicossociológicas inibidoras
(ARCOS, 2004).
As causas socioculturais, sobretudo a
desinformação, ou informações distorcidas, tabus, normas sociais sexofóbicas,
religião, conduzem ao aprendizado da anorgasmia (CAVALCANTI, 2006).
Nenhum comentário:
Postar um comentário