Na escolha do método contraceptivo, deve-se levar em conta, critérios médicos de elegibilidade, sociais, comportamentais, e a preferência individual.
A mulher para fazer sua escolha deve receber informações claras quanto o uso correto, a eficácia relativa do método, como funciona, efeitos colaterais mais comuns, riscos e benefícios para a saúde, sinais e sintomas que requerem um retorno ao médico, retorno a fertilidade,e prevenção de DSTs.
As duas últimas décadas representaram um avanço significativo nos métodos contraceptivos.
Para o uso dos MÉTODOS COMPOTAMENTAIS é necessário que a mulher aprenda quando o período fértil do ciclo menstrual começa e termina, e a cooperação do parceiro.
são métodos comportamentais: a tabelinha ( onde a mulher evita o coito durante o período fértil), o método de BILLINGS ( avaliação do muco vaginal), método da temperatura basal(onde se observa discreto aumeno da temperatura corporal em repouso), o método sintotérmico que agrupa todos os métodos anteriores, e o coito interrompido (retirada completa do penis da vagina e afastamento do orgão sexual feminino antes da ejaculação . TAXA DE GRAVIDEZ DE 20 A CADA 100 MULHERES NO PRIMEIRO ANO DE USO.
Métodos de barreira impedem o contato dos espermatozóides e microorganismos do sêmen com a vagina, impedindo e reduzindo a probabilidade de gravidez e DSTs.tem a vantagem de não possuirem efeitos sitêmicos e quase nenhum efeito colateral.São eles: condon masculino e feminino (popularmente conhecidos como camisinha) diafragma (dispositivo circular com borda firme e flexivel colocado dentro da vagina, encobrindo o colo uterino) e espermaticida (substancia quimica colocada no fundo da vagina para inativação dos espermatozóides).DEPENDENDO DO MÉTODO ESCOLHIDO A TAXA DE GRAVIDEZ VARIA DE 3 Á 27 A CADA 100 MULHERES NO PRIMEIRO ANO DE USO.
Os ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS COMBINADOS ORAIS (AHCO) é um método contraceptivo reversível muito utilizado em todo o mundo, existentes há mais de 5 décadas; são comprimidos que contém hormônios (estrogênios e progestógenos) similares aos do ciclo feminino e impedem a ovulação por bloquear a produção de gonadotrofinas pela hipófise.
Eles podem se apresentar na forma monofásica (todos os comprimidos ativos tem a mesma composição e dose) e na forma bifásica e trifásica ( 2 ou 3 tipos diferentes de comrpimidos em um mesmo ciclo). Podem ainda serem usados de forma continua ou com pausas entre as cartelas que variam de 4 a 7 dias .Só devem ser iniciados com orientação médica; existem condições médicas que podem contra-indicar o método.Não é necessário pausa para "descanso", podendo ser usado de forma continua da puberdade a menopausa. Não protegem contra DSTs. TAXA DE GRAVIDEZ DE 6 A 8 A CADA 100 MULHERES NO PRIMEIRO ANO DE USO. (EFICÁCIA DE 99% para uso correto)
Caso ocorra um ou mais dos sintomas listados á seguir; a mulher deve procurar o serviço médico imediatamente:
- dor intensa ou persistente em abdomem, tórax ou membros
- cefaléia intensa
- perda breve da visão
- escotomas cintilantes( visualização de pontos brilhantes) ou linhas em zig-zag
- icterícia (amarelão da pele)
Existem também as pílulas para uso vaginal, são pílulas monofásicas com 21 comprimidos ativos, que devem ser inseridos via vaginal diariamente, em contato com a mucosa vaginal esses hormônios serão absorvidos e impedem a ovulação.
O ANEL VAGINAL feito de silicone, flexível e transparente, contendo hormônios(estrogênio e progestógenos) para liberação continua por 21 dias, devem ser inseridos na vagina pela própria mulher entre o 1º e o 5º dia do ciclo e só retirados após 3 semanas. Assim como os comprimidos em contato com a mucosa vaginal, libera os hormônios impedindo a ovulação (EFICÁCIA DE 99% para uso correto).
Os ADESIVOS ANTICONCEPCIONAIS também possuem estrogênios e progestógenos , e promovem a liberação transdérmica desses hormônios impedindo a ovulação. São pequenos quadrados de aproximadamente 4,5 cm, na cor da pele e devem ser colocados em área de não-atrito para evitar o descolamento. uso continuo por 21 dias (EFICÁCIA DE 99% para uso correto).
Os ANTICONCEPCIONAIS ORAIS DE PROGESTÁGENOS, também conhecida como pílulas progestínicas ou minipílulas, são compostas somente por progesteronas, e usadas de forma contínua sem pausas, apresentam cartelas com 28 e 35 comprimidos. Promovem o espessamento do muco cervical, impedindo a passagem dos espermatozóides e inibem a ovulação em metade dos ciclos.
São indicadas na amamentação e fora dela,principalmente quando há contra-indicação aos estrogênios. Durante a amamentação são muito eficazes (TAXA DE GRAVIDEZ DE 0,5 PARA CADA 100 MULHERES EM UM ANO).
Para as não lactantes a taxa de contracepção é alta porém não tão alta quando comparada as pílulas combinadas.
Os ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS INJETÁVEIS MENSAIS, são um método combinado, com um éster de estrogênio natural e um progestógeno sintético, são aplicados por via intramuscular entre o 1º e o 5º dia do ciclo, com doses ulteriores a cada 30 dias. Não se deve massagear ou colocar bolsas de compressas no local da aplicação para não interferir na absorção da medicação.Muito eficazes, impedem a ovulação e promovem espessamento do muco vaginal. (TAXA DE GRAVIDEZ DE 1 A 3 A CADA 100 MULHERES NO PRIMEIRO ANO DE USO).
Os ANTICONCEPCIONAIS INJETÁVEIS TRIMESTRAIS, contém apenas progestogênio, semelhante ao produzido pelo organismo feminino, sendo liberado lentamente por 90 dias consecutivos, na circulação sanguínea.Podem ser aplicados em qualquer momento do ciclo, se aplicados até o 7º dia não se faz necessário outro método preventivo, se iniciado do 8º dia em diante deve ser associado um método de barreira (preservativos) por 48 horas após o início do método, não tem efeito cumulativo. Impedem a ovulação, tornam o muco espesso e atrofiam o endométrio levando a amenorreia (ausência de menstruação) na grande maioria de mulheres. (TAXA DE GRAVIDEZ DE 3 PARA CADA 100 MULHERES NO PRIMEIRO ANO DE USO).
ATENÇÃO: TODO MÉTODO INJETÁVEL DEVE-SE UTILIZAR AGULHAS E SERINGAS NOVAS E DESCARTÁVEIS.
O DIU (DISPOSITIVO INTRA-UTERINO) , objeto pequeno, de plástico flexível, inserido no interior do útero por via vaginal, normalmente revestido de cobre (TCu 380-A) ou que libera hormônio (LNG-20). Tem seus mecanismos de ação impedindo a fecundação, dificultando a passagem do espermatozóide e impedindo a implantação do ovo fertilizado na parede uterina.
O DIU TCu 380-A tem duração de 10 anos, e o LNG-20 de 5 anos com evolução para amenorréia.
Ambos podem ser inseridos e retirados no consultório e em qualquer momento, preferencialmente durante o período menstrual,e afastando-se a gravidez. Existem condições médicas que contra-indicam o uso do DIU. (TAXA DE GRAVIDEZ DE 1 PARA CADA 100 MULHERES PARA O TCu380-A E 2 PARA CADA 100 MULHERES PARA O LNG-20 NO PRIMEIRO ANO DE USO).
Os IMPLANTES , pequeno bastão de silicone, medindo 4cm de comprimento e 2mm de diametro, deve ser inserido abaixo da pele, e tem duração de 3 anos, pode levar a amenorréia, tem ação atrofiando o endometrio, espessando o muco e impedindo a ovulação. (TAXA DE GRAVIDEZ DE 0 PARA CADA 100 MULHERES NO PRIMEIRO ANO).
A ESTERELIZAÇÃO CIRÚRGICA - O artigo 10 da Lei 9.263, diz que todo homem ou mulher maior de 25 anos, e com pelo menos 2 filhos podem se candidatar a este procedimento permanente, é necessário um documento assinado de comum acordo entre os pares, um prazo mínimo de 60 dias entre o desejo manifesto e o procedimento, e é vetada a realização após parto ou aborto.
A LIGADURA TUBÁREA é método permanente de contracepção, através da obstrução do lúmen tubareo, impedindo o transporte e a união dos gametas.(ÍNDICE DE FALHA DE 3:100 MULHERES/ ANO)
A VASECTOMIA, é o método de esterilização masculina permanente, e consiste na ligadura, secção ou oclusão dos ductos deferentes. O procedimento é simples, tem elevada eficácia e oferece menos risco do que a ligadura tubárea. O homem continua ejaculando porém sem a presença dos espermatozóides. A esterilização é comprovada com um espermograma após um prazo de aproximadamente 40 ejaculações.(taxa de falha de 0,1 homem/ano).
A CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA ou "pílula do dia seguinte", é indicada na relação sexual não planejada e desprotegida, em casos de estupro, falha anticonceptiva presumida e uso inadequado dos métodos contraceptivos. E descrita de forma mais explicativa aki neste blog, em outra postagem.
É importante ter em mente que o uso do preservativo se faz necessário mesmo quando associado a outro método contraceptivo, pois é o unico que confere proteção contra DSTs. E que o ginecologista deve ser consultado antes da escolha do método, para avaliar o risco-benefício da escolha da mulher ou do casal.
